terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Feliz aniversário – 1º parte

Era domingo, e o domingo geralmente é um dia triste. Ele carrega um peso propriamente por ser domingo. Eu estava tranqüila, pensando em coisas com relação a minha noite passada, que foi capaz de fazer um “retro” da minha vida. Ou de pelo menos parte dela. Além de eu ver o Wanderson e de ouvir U2 (e isso não é assunto para esse post, nem sei se vai ser assunto para este blog), vi uma garotinha com um cabelo idêntico ao meu quando eu tinha a mesma idade que ela. Então parei um pouco pra questionar o que é quase sempre questionado por todas as pessoas (principalmente por mim nos últimos tempos), a vida. Há 24 anos atrás, estava eu, aquela coisinha mais linda, cabeluda, comprida e gorda saindo de dentro da barriga da minha mãe. Naquele momento único, eu era a pessoa mais importante pra ela. Ninguém nesse mundo me amou mais e ficou mais feliz em me ver. Ela me olhou com os olhos do amor e me achou a coisa mais linda. E até aí, é tudo normal. Comum aos nossos olhos. Hoje faço 24 anos. Ela nem sequer olhou na minha cara. Como se nada tivesse acontecido, como se hoje não fosse meu aniversário. Nem sei porque eu ainda tento entender esse tipo de coisa. Seria eu a culpada de tudo? Sim, é bem provável. Tirando a parte que eu não escolhi esta família. E mesmo assim eu gostaria muito que desse certo. Mas é complicado quando, no seu sonho, nem todos os envolvidos estão dispostos a perdoar uns aos outros. E muito menos dar o braço  torcer pra te dar créditos em fazer parte do seu sonho. Querem que você faça parte do deles, mas de uma forma tão estranha que não parece uma família, é tudo tão imposto, tão sem amor. Acho que foi por isso que a Sarah veio. Pra eu fazer diferente. Pra eu ser responsável em dar a ela esse amor que eu não tenho, mas também para realizar meu sonho. Para lhe proporcionar a criação que eu gostaria de ter tido. Eu vou tentar. A Sarah pode não querer, mas eu vou tentar amá-la e não impor a ela o meu amor.

Um comentário:

  1. Acho que se vc quer ter o amor vc que nunca teve, vc deveria se dar esse amor, e não tentar passar para os outros a vivencia de um sentimento que vc queria que fosse sua.

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